quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Para escolher e organizar informações

Atenções
A atenção é uma função de fundamental importância, já que permite a interação do indivíduo com o seu ambiente, além de subsidiar a organização de processos mentais. Por meio dessa habilidade é possível captar estímulos e selecionar qual deles terá seus detalhes apreendidos de forma privilegiada. A forma como "escolhemos" e processamos essas informações contribui para determinar nosso comportamento.

Neurociência da atenção
Estudos recentes, nos quais são utilizadas técnicas de imagiamento cerebral têm possibilitado a investigação dos mecanismos específicos do sistema de atenção. É possível destacar 3 tipos de atenção:  seletiva, sustentada e dividida.

Atenção seletiva




A atenção seletiva, como o próprio nome indica, é uma espécie de atenção voltada para um foco específico em detrimento dos demais focos possíveis de nossa atenção. Por exemplo: as vias de percepção e apreensão do mundo são os sentidos - tato, olfato, visão, paladar e audição -, quando nos centramos em um ponto específico como uma imagem que nos remete a uma linha de raciocínio muito intensa ou nos evoca uma emoção muito forte, podemos ter uma perda sensível de nossas percepções dos demais sentidos, não ouvindo alguém nos chamar pelo nome ou não sentindo algumas mudanças de temperatura ao nosso redor. A atenção seletiva é comum e mesmo desejada quando nos "concentramos" em alguns estudos ou em aprender habilidades novas.

Atenção sustentada

A atençào sustentada é simplesmente a manutenção da atenção sob um determinado assunto ou tarefa por um longo período de tempo. Em geral nossa percepção e atenção costumam se desviar de um mesmo assunto após algum tempo de estudo. Em nossa sociedade celerada, onde estímulos - principalmente visuais e auditivos - nos chegam à velocidades cada vez maiores, estamos nos condicionando a não prestar maior atenção ou mantê-la por muito tempo sob o mesmo estímulo. Um "truque" prático para isso é estudarmos ou lermos efetuando pequenos intervalos regulares de 2 a 5 minutos, por exemplo: a cada meia hora ou quarenta e cinco minutos pararmos, comermos uma maçã ou tomarmos um suco ou copo d'água e voltarmos a ler. Essa "paradinha" nos dará novo fôlego para a leitura e também é um espaço para que o processamento interno ocorra naturalmente, sem se afogar no excesso de informações novas.


Atenção dividida

A atenção dividida é a forma como "operamos" cognitivamente ao longo do dia. É o terror dos monges budistas e zen. É o estar aqui agora escrevendo esse texto pensando em projeção - para o passado e para o futuro - lembrando como foi o dia de hoje e fazendo uma lista das tarefas que farei assim que terminar. Esse tipo de atenção é inevitável ao longo do dia, mas o ideal mesmo é que possamos limitá-lo a tarefas e momentos menos importantes, como dirigindo ou executando operações rotineiras que não exijam nossa atenção plena. Do contrário corremos o risco, por exemplo, no trabalho, de fazermos duas vezes a mesma tarefa, porque não estávamos "prestando atenção" ao que fazíamos.

Renato Kress
Diretor do Instituto ATENA
www.institutoatena.com

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