quarta-feira, 30 de março de 2011

Neurociência prática II: Estratégias de cognição e treinamento

Como pessoas com a mesma educação, mesma formação, mesmo meio social e mesma cultura podem discordar tão frontalmente em tantos assuntos? Seria fácil admitir que "somos todos diferentes" ou que "o ser humano é caótico", mas na verdade essas respostas superficiais não nos satisfazem nem nos ajudam quando queremos realmente compreender e respeitar o outro.

Neurocientistas têm chegado às mesmas conclusões que os autores mais consagrados da PNL no que tange a essa questão. Ao invés de observar apenas o comportamento final dos sujeitos, eles estão cada vez mais interessados nas vias, nos caminhos que levam e esse comportamento.

Processamento da informação
Estudos celulares levaram aos achados de que mesmo processos cognitivos complexos, como a atenção e a tomada de decisões, estão correlacionados com o padrão das descargas de células individuais em regiões específicas do cérebro. Isto mudou a maneira pela qual o comportamento é estudado tanto em animais experimentais quanto em seres humanos, de modo que o foco atualmente não é sobre como um estímulo provoca uma resposta, mas como se chega a uma resposta, ou seja, sobre o processamento da informação.

Estratégias cognitivas em Programação Neurolingüística
Esse mecanismo de processamento da informação até uma resolução, seja ela uma decisão, uma opinião, uma saída ou enfrentamento em um determinado contexto, é o que em programação neurolingüística se denomina "estratégia" ou "estratégia cognitiva". É o caminho sensorial interno que fazemos até chegarmos a uma conclusão sobre determinado assunto.

A programação neurolingüística parte do pressuposto de que pensamos usando nossos sentidos "para dentro", ou seja, pensamos ouvindo nossas palavras, sentindo nosso corpo e sensações e "vendo internamente" (criando imagens mentais, imaginando). A sequência utilizada para tomar decisões é pessoal, é uma característica pessoal apreendida por meio da repetição e constância ao longo da vida. Ela pode ser culturalmente orientada - a cultura ocidental contemporânea é muito mais visual que as culturas precedentes -, familiarmente influenciada - um maestro pedirá naturalmente a seu filho para "escutar" determinados sons e harmonias que são imperceptíveis aos ouvidos não treinados -, mas em essência ela é bem pessoal.

De que nos serve conhecer nossa estratégia cognitiva?
Adquirimos poder sobre aquilo que conhecemos. Ao conhecermos nossa estratégia cognitiva podemos ter  exercer nossa autonomia modificando-a afim de termos uma visão mais abrangente não só do mundo que nos cerca, mas das nossas decisões e das nossas leituras e percepções acerca das pessoas que convivem conosco. Conhecendo a topografia de nossas decisões, alerta acerca de cada ponto do que nos levou a decidir de uma ou de outra forma temos consciência de que sempre há outras opções possíveis e aí sim estaremos aptos a realmente tomar a melhor decisão possível dentro das circunstâncias dadas.



No curso Liderança Corporativa e PNL do Instituto ATENA treinamos a fundo tanto a percepção da própria estratégia cognitiva quanto a percepção da estratégia alheia.

Conhecer a estratégia cognitiva dos outros pode nos levar a minimizar possíveis conflitos, surpreender e até mesmo a fecharmos valiosos acordos. O mais importante, sempre, é conseguir compreender e respeitar, cada vez mais, a autonomia e a liberdade daqueles com quem convivemos.


Texto: Renato Kress
Diretor do Instituto ATENA

quarta-feira, 2 de março de 2011

Neurociência prática: Da imaginação à realização



"A imaginação é mais importante do que o conhecimento." - Albert Einstein

Essa conhecidíssima frase do físico mais famoso do século XX nos remete a compreensões muito mais profundas do que as que teríamos a princípio. O que poderia ser considerado um exagero de um gênio com personalidade forte e mente iridescente e inquieta, está se confirmando através das recentes descobeertas das neurociências: O cérebro trabalha os dados da imaginação da mesma forma que trabalha os dados da realidade. Como podemos usar esse conhecimento a nosso favor?

Imaginação, treinamento da realidade

O espaço real, bem como o imaginado ou o lembrado é representado nas áreas de associação parietais posteriores. Essas áreas também recebem entradas sinápticas a partir dos sistemas visual e auditivo e estão implicadas na integração das entradas sensoriais somáticas (tato) com essas outras modalidades sensoriais para dar origem a percepções e focalizar a atenção no espaço extrapessoal. - Jessel, Thomas M.


O que ocorre é que há uma fusão da sensação, da visão e da audição numa mesma área de processamento neuronal. Dessa forma, o que pensamos como real e o que pensamos como imaginação só se diferenciam, biologicamente, pela quantidade de dados e não necessariamente pela qualidade dos dados. Ou seja: Imaginar com muitos detalhes alguma sensação ou algum lugar específico, alguma meta, objetivo ou alguma frustração pode desencadear uma descarga dos neurotransmissores correspondentes àquele estímulo emocional.

Quando antevemos e nos pré-ocupamos com discussões que ainda não ocorreram, tendemos a nos exasperar, ficar com a boca seca, frio na espinha, irritabilidade, tensão. Quando rezamos ou quando deixamos nossa mente vagar por paisagens imaginárias leves e tranquilas ou quando antevemos o encontro com um grande amigo que não vemos por anos, nossos membros se relaxam, todo o nosso corpo corresponde hormonalmente àquela situação imaginária.

Imagine-se deitando vagarosamente sobre cacos de pó de vidro, primeiro as pernas e depois, lentamente, as costas. Nada agradável, não é? Confesso que fiquei com uma certa irritabilidade nas costas somente ao escrever a frase.

Agora imagine-se deitando sobre uma cama de pétalas de rosas, ou penas de pássaros. Primeiro as pernas e depois, lentamente, as costas. A sensação, física, é outra?

Submodalidades, dados da imaginação para a realização

A programação neurolingüística, intuindo essa descoberta da neurociência através da prática, desenvolveu o trabalho com as submodalidades.

O que são submodalidades? O Dicionário ATENA de PNL define submodalidades como: compostos específicos de uma experiência sensorial. Temos submodalidades visuais, auditivas e cinestésicas (mais freqüentes), bem como as olfativas e gustativas (menos freqüentes).

Submodalidades visuais: filme, slides ou foto, imagem panorâmica ou enquadrada, em duas ou três dimensões etc.
Submodalidades auditivas: volume, cadência, ritmo, inflexão da voz etc.
Submodalidades cinestésicas: temperatura, textura, umidade, pressão, localização etc.

Da imagem ao real

Ou seja, o trabalho com as submodalidades implica na criação e introjeção de "dados extras", de base sensorial, em nossas imagens de metas e objetivos ou em nossas vivências, para que possamos causar um efeito neural mais forte e duradouro. A "qualidade" da imaginação, determinada pela quantidade de dados precisos que colocarmos sobre ela, determinando cores, texturas, sabores, cheiros, sons, vai influenciar na liberação dos neurotransmissores que serão responsáveis pelo nosso estado de ânimo frente à tarefa dada e, principalmente, por nos motivar em busca da realização.

Portanto, decore sua meta e detalhe sua mente, até que ela possa vestir a realidade ao teu redor.

Renato Kress
Diretor do Instituto ATENA
www.institutoatena.com

Criador dos cursos
A Jornada do Herói
A Arte da Guerra Oriental
Liderança Corporativa e PNL
Estratégia em Ação