terça-feira, 28 de setembro de 2010

Neurociência prática: Treinamento, aprendizagem e memorização

Aprendizagem e adaptação

Desde a primeira molécula, só sobrevivemos graças à aprendizagem. É um fenômeno complexo que envolve o desenvolvimento de conexões neurais, comunicação e aquisição de novas formas de ver o mundo e a nós mesmos. Esse fenômeno ocorre em vários níveis: biológico, psíquico, social, intelectual, existencial etc. Tudo isso torna possível transformarmos nosso comportamentos e descobrir novas formas de nos relacionarmos conosco e com os outros.

Ansiedade neural

Talvez não seja de todo impressionante que o cérebro - considerando a maior parte das pessoas saudáveis - pareça, na maior parte do tempo, ansioso por captar informações e compreender o mundo.

Recentemente pesquisadores descobriram que o hipocampo - estrutura neural localizada nos lobos temporais, com forma similar à de um cavalo marinho (daí a denominação: hippos = cavalo, kampi = curva) funciona como um "detector de novidades": compara informações com os registros já existentes e, caso haja algo novo, envia uma espécie de alerta para as outras áreas cerebrais, para que fiquem atentas e aprendam o estímulo.

Uma vez deflagrado o estado de predisposição para aprender, outros dados apresentados serão captados com maior facilidade. A descoberta neurociêntífica pode ajudar tanto a quem quer aprender quanto àqueles que desejam ensinar - mais e melhor.

Como usar os processos cognitivos a nosso favor

Todos os dias você chega no trabalho à mesma hora, cumprimenta às mesmas pessoas e senta na mesma cadeira. Digamos que, ao chegar ao trabalho, você se depare - distraidamente - com uma enorme cara de cavalo bufando na sua orelha. Era apenas a cavalaria da polícia passando, mas, absorto na sua caminhada matinal você se distraiu e levou um baita susto! 

Certamente você vai se lembrar durante muito tempo dessa surpresa ao chegar ao trabalho. Essa lembrança vai se traduzir de várias formas, desde preocupação e alerta ao andar na rua até um sorriso ao lembrar da cena e se imaginar, em terceira pessoa, pulando para longe do cavalo. De qualquer forma essa lembrança vai evocar determinadas informações que não seriam lembradas em outro contexto: a roupa que você estava no dia, o clima, o sol ou as nuvens, a música que tocava no elevador quando você entrou com o peito trepidando internamente, o riso dos colegas que perceberam a cena e assim por diante. Por outro lado todas as particularidades relativas às outras incontáveis vezes que você passou por esse mesmo local já devem ter sido esquecidas.

Detector de novidades

Estudos em parceria do Institutto de Neurologia cognitiva da Universidade Otto von Guericke, em Magdeburgo e da University College, em Londres se concentram em como as células neurais do hipocampo, substância negra e área tegmentar ventral se comunicam entre si. Essa função é dsempenhada no cérebro por neurotransmissores, chamados de "substâncias mensageiras", e, nesse caso, principalmente a dopamina. 

O Hipocampo
O hipocampo contribui tanto para a fixação de conteúdos na memória quanto para a sua reativação. Novos estímulos, de maneira geral, tornam as lembranças mais ativas do que aquelas que se referem a fatos já conhecidos, por isso ele é considerado o "detector de novidades" do cérebro.

Estímulos sensoriais
Substâncias que bloqueiam o efeito da dopamina impediram a formação da memória em ratos. Mas até então ainda não havia sido esclarecido em que medida essa realimentação que ocorre entre o mesencéfalo e o hipocampo também ajuda seres humanos a descobrir coisas novas e guardá-las na memória. Os pesquisadores, atualmente estudam se novos estímulos sensoriais poderiam facilitar a memorização de informações já conhecidas, ou seja: Apresentar um assunto conhecido sobre uma nova ótica estimula a retenção de conhecimento?

Treinamento Mnemônico - memória e treinamento
Nós do Instituto ATENA acreditamos que sim! Afinal, nos nossos treinamentos, temos percebido que o mesmo assunto, antes e depois de uma boa metáfora  imagética, sensorial ou auditiva que o englobe por completo, é relembrado de forma mais clara, evidente e significativa. Por isso trabalhamos com metáforas oriundas das mais diversas culturas do mundo! Trabalhamos com mitos, com religiões e com histórias porque compreendemos que elas podem nos auxiliar não apenas a compreender a dinâmica de determinados processos gerenciais, cognitivos e comportamentais, mas principalmente porque elas estruturam nossa compreensão do mundo, nossa memorização e nos auxiliam a melhor pescar no oceano de nossas lembranças. 

Renato Kress
Diretor do Instituto ATENA

Criador e editor da Blogsfera ATENA

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Neuro-Experiências "caseiras"


Já se passaram mais de 8 anos pelo menos desde que li pela primeira vez os livros "O Natural é ser inteligente" de Dawna Markowa e "Mantenha seu cérebro Vivo" de "Lawrence c. Katz". Naquela época os livros de neurociência ainda ocupavam as prateleiras da seção de auto-ajuda. Alguns não deveriam ter saído, outros com certeza fizeram bem em entrar para uma área separada, própria para o tema.

Lembro-me da questão da estimulação neural que eles propunham e que realizo até hoje. Essa estimulação é baseada na forma como nós criamos "caminhos sinápticos" entre nossos neurônios, caminhos pelos quais nossos pensamentos irão fluir futuramente. Se sempre fizermos as coisas da mesma forma - mesmo as questões mais mundanas como tomar um banho, comer ou andar na rua, sempre estaremos vivendo na mesma situação, ativando os mesmos pontos do nosso encéfalo, reproduzindo padrões. Esses padrões podem ser muito úteis, mas não precisam, em absoluto, serem os únicos. Que tal seria se pudéssemos ampliá-los?

Algumas experiências que faço eventualmente servem para estimular a criação de novos "caminhos", novas cadeias sinápticas entre os neurônios, ampliando possibilidades de pensar, de ver e viver o mundo. Aí vão algumas divertidas só brincando com a visão, da qual, em geral, dependemos demais para viver:

1) Tome banho no escuro: À noite, sem qualquer luz, entre no banho, feche os olhos e faça tudo o que você normalmente faz, só que estando "cego". Seu cérebro vai ter que criar várias imagens mentais do seu banheiro, calcular a distância das paredes, locais do shampoo e do condicionador. Se as embalagens foram iguais (geralmente é o caso) você pode recorrer ao cheiro, à textura de cada um deles, ao peso das embalagens... só cuidado com o chão molhado, ok?

2) Faça um romântico jantar à luz de nada: A cada refeição são reavivados prazeres, sensações e emoções primárias ligadas ao que Freud denominou "fase oral", uma das etapas fundamentais da estruturação subjetiva da primeira infância. A alimentação tratá sempre essa marca impressa da relação primordial estruturante. A idéia é que você possa tocar os alimentos e comer com as mãos mesmo. Relaxe e brinque, depois é só limpar! Cozinhe alimentos sólidos, tempere, mas não coloque molho. Procure colocar objetos que estimulem outros sentidos, como uma música ou alguns sons, abuse das texturas dos alimentos e divirta-se!

3) Dê alguns passos no escuro: Já a algum tempo que brinco disso. No início era assustador, hoje é muito divertido. Às vezes, quando estou chegando em casa - numa rua sem saída, com pouco tráfego - vou para o meio da calçada e, sem parar a velocidade ou diminuir a largura dos meus passos, fecho os olhos por 4, 5 até 12 passos! No início dava três passos e meu coração saltava loucamente pela boca afora, perdia o equilíbrio, ficava tenso, irritadiço. Depois com o tempo fui percebendo determinadas minúcias, como as diferenças de peso voltando do supermercado com as sacolas nas mãos e percebendo como os pesos me tiravam o equilíbrio, qual era nitidamente o mais pesado etc.

E tudo isso apenas brincando com a visão!

Experimente, aguce seus sentidos, amplie suas percepções.

Renato Kress
Diretor do Instituto ATENA
www.institutoatena.com

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Projeto Hermes 2011

O Poder do estudo

Atualmente vivemos a época dos concursos. Públicos, privados, setoriais, internos, em toda parte parece-nos que a meritocracia e a capacidade de raciocínio lógico, como a memorização e a criatividade estão cada vez mais presentes na formação e definição do nosso futuro profissional.

Pretendemos atender a essas justas expectativas e exigências contemporâneas através de nossos cursos, criando mini-cursos que abarquem diversas técnicas de estudo, memorização, criatividade, aprendizado e principalmente expressão e escrita. Sabemos que existem muitos cursos de neurolingüística aplicados à aprendizagem e a ATENA não iria repaginar um livro amarelado para seus clientes, então criamos um modelo novo, simples, prático e eficaz:

O Projeto Hermes

O Projeto Hermes é uma iniciativa criativa e dinâmica do Instituto ATENA. Estamos criando cinco mini-cursos de 1 mês (12h/aula cada) englobando várias áreas do saber, várias formas de estudo, memorização, aprendizagem intrínseca e extrínseca e expressão do conhecimento. Afinal, compreendemos que "ir bem" numa prova envolve não só a maestria sobre o conteúdo, mas o equilíbrio emocional adequado, o estado de recursos no momento da prova e uma certa habilidade na interpretação e escrita.

O Projeto Hermes será composto por cinco módulos independentes, cada um baseado em uma das pessoas (ou personagem) abaixo:

Sherlock Holmes
Leonardo DaVinci
Albert Einstein
Walt Disney
Wolfgang Amadeus Mozart

Projeto a ser lançado em março de 2011!
Inscrições pelo e-mail: contato@institutoatena.com

Renato Kress
Diretor do Instituto ATENA
www.institutoatena.com